As cooperativas de crédito são pilares financeiros para muitas comunidades no Brasil, oferecendo um modelo alternativo e focado nos cooperados. Mas, para que funcionem de forma segura e transparente, a fiscalização das cooperativas de crédito é fundamental. Você já parou para pensar como esse complexo sistema de controle interno e externo se organiza? Que tal entender isso de uma forma leve e, acredite, usando elementos do trânsito para explicar?
Neste artigo, vamos “pegar a estrada” da governança cooperativa e comparar cada órgão de fiscalização e controle com um componente do trânsito. Assim, a importância da fiscalização das cooperativas de crédito se tornará ainda mais clara e acessível.
A Governança Cooperativa: Uma Malha Viária Complexa
A estrutura de Governança Corporativa de uma cooperativa de crédito é como uma grande malha viária, com várias “pistas” e “sinais” para garantir o bom fluxo. Ela é formada pelos sócios, o Conselho de Administração, a Diretoria Executiva e, de forma crucial, os órgãos de fiscalização e controle.
Conforme o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), na 6ª Edição do seu Código de Melhores Práticas (2023, p. 59), “Os sócios, o conselho de administração e a diretoria podem contar com órgãos e estruturas de governança para apoiá-los no exercício de suas atribuições, em particular, nas funções de fiscalização e controle.”
Para “encorpar” nossa lista de órgãos de fiscalização e controle, além dos já conhecidos (Conselho Fiscal, Auditoria Independente, Auditoria Interna, Gerenciamento de Riscos, Controles Internos e Compliance), vamos adicionar a Auditoria Cooperativa e a Supervisão Auxiliar. Prontos para essa viagem?
Os Guardiões da Cooperativa: Órgãos de Fiscalização e Controle
Conselho Fiscal: Os Passageiros Atentos do Veículozo para Adequação
Formado por cooperados eleitos em Assembleia Geral, o Conselho Fiscal tem a missão principal de “fiscalizar a direção”. Eles examinam balanços e demonstrativos, garantindo que os recursos sejam bem utilizados e que o Conselho de Administração esteja desempenhando seu papel corretamente. Atuam de forma independente, sem executar tarefas, apenas fiscalizando e emitindo pareceres. São os “olhos dos cooperados” na administração.
No trânsito: Os conselheiros fiscais são como os passageiros do veículo, que monitoram a conduta do motorista. Eles observam se a direção está segura e se os planos de viagem estão sendo seguidos.
Auditorias (Independente, Interna e Cooperativa): As Blitz do Trânsito
As auditorias são essenciais na fiscalização das cooperativas de crédito, funcionando como verificações minuciosas.
- Auditoria Independente: É uma empresa externa contratada para revisar as contas, verificando se os registros estão corretos e seguem as normas contábeis. É obrigatória para a maioria das cooperativas de crédito e traz credibilidade às demonstrações financeiras com seu olhar técnico e imparcial. Seus pareceres são para os associados e a sociedade em geral.
- Auditoria Interna: Pode ser uma equipe da própria cooperativa ou uma empresa terceirizada, que verifica continuamente os processos internos. Analisa riscos, falhas e oportunidades de melhoria, protegendo o patrimônio e a reputação. É preventiva, educativa e fiscalizadora, com relatórios para o Conselho de Administração.
- Auditoria Cooperativa: Realizada por entidades ligadas à central ou confederação do sistema, ou por empresa terceirizada homologada pelo Banco Central do Brasil (BACEN). Acompanha aspectos contábeis, financeiros e operacionais, fortalecendo a padronização e a confiança no sistema cooperativista. É obrigatória por norma do BACEN.
No trânsito: As auditorias são como as blitz organizadas pelas polícias rodoviárias federal e estadual. Elas fiscalizam, previnem, coíbem, educam e protegem, garantindo a ordem nas estradas.
Gestão de Riscos: O Alerta do Cinto de Segurança
A Gestão de Riscos avalia tudo que pode dar errado nas operações, desde riscos de crédito e mercado até riscos operacionais, sociais, climáticos e ambientais. Ela define limites e políticas para manter os riscos dentro de um nível aceitável, trabalhando com cenários e ações de prevenção para manter a cooperativa sólida.
No trânsito: A gestão de riscos é como o sinal luminoso e/ou sonoro do veículo que indica que o cinto de segurança está desafivelado. Ele alerta motoristas e passageiros sobre um perigo iminente.
Controles Internos: Afivelando o Cinto
Enquanto a Gestão de Riscos antecipa e mede os perigos, os Controles Internos monitoram se os procedimentos e políticas são seguidos corretamente no dia a dia. Eles testam a eficácia das barreiras de prevenção de erros e fraudes, garantindo que as medidas para mitigar os riscos funcionem na prática.
No trânsito: O controle interno é o ato de afivelar o cinto, mitigando ativamente o risco de acidentes e protegendo a vida dos ocupantes.
Compliance: O Código Brasileiro de Trânsito
O Compliance garante que todas as atividades da cooperativa estejam em conformidade com as leis, normas e regulamentos do setor. Ajuda a prevenir riscos legais, regulatórios e reputacionais, além de orientar os colaboradores sobre condutas éticas. Monitora e reporta desvios, fortalecendo a confiança dos cooperados e a reputação da instituição. Trabalha integrada à Gestão de Riscos.
No trânsito: O compliance é o Código Brasileiro de Trânsito (CTB), que estabelece regras, penalidades e funciona como um código de conduta para todos os usuários das vias.
Supervisão Auxiliar: As Câmeras de Monitoramento
A Supervisão Auxiliar não é necessariamente uma área interna, mas um conjunto de procedimentos executados pelas cooperativas centrais e confederações sobre suas filiadas. Isso inclui inspeções, acompanhamento de planos de negócios e auditorias. É um “braço” do órgão regulador, como o BACEN, que assegura o cumprimento das normas e o bom funcionamento das filiadas.
No trânsito: A Supervisão Auxiliar funciona como as câmeras de monitoramento de ruas e rodovias, que acompanham o fluxo à distância, mas de forma contínua e preventiva.
A Sinergia da Fiscalização para a Segurança no Cooperativismo
Assim como no trânsito, a segurança e a conformidade em uma cooperativa de crédito dependem da atuação coordenada de todos esses mecanismos de controle. Cada órgão — desde o Conselho Fiscal até a Supervisão Auxiliar — cumpre um papel específico e complementar, promovendo a solidez e a confiança institucional.
Compreender a fiscalização das cooperativas de crédito é entender a garantia de um futuro financeiro mais seguro e transparente para todos os cooperados. Gostou da analogia? Deixe seu comentário e compartilhe essa ideia!
Escrito pelo Profº Edivan Junior Pommering, mentor do nosso curso exclusivo de Especialista em Contabilidade de Cooperativas de Crédito.
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