O reporte de sustentabilidade tem se consolidado como uma prática essencial para empresas comprometidas com a transparência, responsabilidade e desenvolvimento sustentável. Mais do que uma exigência regulatória, ele representa um diferencial estratégico no mercado global.
Para apoiar essa jornada rumo à clareza e padronização das informações de sustentabilidade, diversos normatizadores internacionais surgiram com estruturas e diretrizes específicas. Entre os principais estão:
- ISSB (International Sustainability Standards Board)
- GRI (Global Reporting Initiative)
- TCFD (Task Force on Climate-related Financial Disclosures)
- CSRD (Corporate Sustainability Reporting Directive)
A seguir, entenda o papel de cada um desses normatizadores e como eles contribuem para a elaboração de um reporte de sustentabilidade eficaz.
O que é o Reporte de Sustentabilidade?
O reporte de sustentabilidade é um documento no qual a empresa comunica seus impactos e estratégias nas áreas ambiental, social e de governança (ESG). Ele permite que investidores, clientes e demais stakeholders compreendam os riscos e oportunidades relacionados à sustentabilidade nos negócios.
Além disso, o reporte é uma ferramenta valiosa para:
- demonstrar o compromisso com práticas responsáveis;
- fortalecer a reputação corporativa;
- atrair investimentos;
- mitigar riscos regulatórios e operacionais.
Os principais normatizadores do Reporte de Sustentabilidade
1. ISSB – International Sustainability Standards Board
Criado pela Fundação IFRS, o ISSB tem como missão desenvolver uma base global padronizada para a divulgação de informações financeiras relacionadas à sustentabilidade.
As normas do ISSB são voltadas especialmente para investidores e priorizam:
- comparabilidade entre empresas;
- consistência e confiabilidade nos dados;
- foco em riscos e oportunidades de sustentabilidade.
💡 Destaque: A norma IFRS S2, focada em clima, incorpora as recomendações do TCFD.
2. GRI – Global Reporting Initiative
A GRI é uma das estruturas de reporte mais utilizadas no mundo. Trata-se de uma organização independente que estabelece diretrizes completas para relatar desempenho ESG.
Suas diretrizes são baseadas em três pilares:
- materialidade: o que é relevante para a empresa e suas partes interessadas;
- inclusividade: envolvimento dos stakeholders no processo de reporte;
- contexto de sustentabilidade: conexão entre os impactos da empresa e os desafios globais.
A GRI é amplamente adotada por organizações que desejam fortalecer o diálogo com a sociedade e promover uma cultura de melhoria contínua.
3. TCFD – Task Force on Climate-related Financial Disclosures
Desenvolvido pelo Financial Stability Board, o TCFD fornece recomendações sobre como reportar riscos e oportunidades associados às mudanças climáticas.
As informações devem estar organizadas em quatro pilares:
- Governança
- Estratégia
- Gestão de riscos
- Métricas e metas
O TCFD busca integrar o tema climático à análise de riscos financeiros, sendo referência para empresas que desejam avançar em sua governança climática.
4. CSRD – Corporate Sustainability Reporting Directive
A CSRD, iniciativa da União Europeia, substitui a antiga NFRD e amplia significativamente os requisitos de reporte de sustentabilidade.
A nova diretiva exige que as empresas divulguem informações detalhadas sobre:
- impactos ambientais, sociais e de governança (ESG);
- riscos e oportunidades sustentáveis;
- processos de verificação externa das informações reportadas.
Empresas sujeitas à CSRD precisam alinhar seus relatórios a padrões robustos e auditáveis, reforçando a credibilidade e confiabilidade dos dados divulgados.
Por que investir em um bom Reporte de Sustentabilidade?
Elaborar e divulgar um reporte de sustentabilidade traz diversos benefícios, entre eles:
- Fortalecimento da marca e reputação
- Acesso facilitado a investidores conscientes
- Relacionamento mais transparente com stakeholders
- Identificação de oportunidades de inovação e eficiência
Além disso, empresas que reportam de forma transparente demonstram compromisso com o desenvolvimento sustentável, promovendo impactos positivos no meio ambiente e na sociedade.
Conclusão
O reporte de sustentabilidade não é apenas uma obrigação regulatória — é uma estratégia de gestão e comunicação de valor. Normatizadores como ISSB, GRI, TCFD e CSRD oferecem os frameworks necessários para que as empresas comuniquem com clareza suas ações e compromissos sustentáveis.
Adotar boas práticas de reporte fortalece a posição da empresa no mercado, atrai investimentos responsáveis e contribui para um futuro mais sustentável.
Se sua empresa ainda não começou a reportar informações de sustentabilidade, este é o momento ideal para se adaptar. O futuro exige transparência, responsabilidade e ação.s.
📌 Garanta seu lugar e esteja pronto para liderar a transformação sustentável em sua empresa ou carreira.
Escrito pelo Samy Sayed, Doutor, Mestre e Bacharel em Ciência Contábeis pela FEA-USP, FSA Credential (L1) – IFRS Foundation e Coordenador Técnico da FBM Educação.